Boi Caprichoso apresenta projeto de arena para o 58º Festival de Parintins 2025

Foto: Ascom Caprichoso

O Boi Caprichoso apresentou, nessa quarta-feira (25), em coletiva de imprensa realizada na Escola de Arte Irmão Miguel de Pascale, o projeto  que será levado para a arena do 58º Festival Folclórico. 

Com o tema centrado na retomada dos povos originários, o bumbá azul e branco revelou as diretrizes estéticas e conceituais que nortearão sua apresentação, reforçando seu compromisso com a valorização da ancestralidade, da floresta e da justiça social.

Durante o encontro com jornalistas, o presidente do Conselho de Artes, Erick Nakanome, destacou que o projeto deste ano vai além da estética e do espetáculo.

“Dentro desses espaços, o Caprichoso quer deixar seu recado para a humanidade. Se formos pensar, estamos vivendo tempos de guerra. Mas Parintins, hoje, de maneira tão contraditória e, talvez, dolorosa, vive outra guerra, uma guerra em forma de festa. Uma guerra simbólica, mas que também carrega a força dos ancestrais. A mesma seriedade de quem sofre, de quem resiste, de quem constrói, a cada dia, seus espaços e seus caminhos. E é isso que o Caprichoso quer mostrar na arena do Bumbódromo”, afirmou.

Nakanome destacou que cada uma das três noites de apresentação do Boi Caprichoso será conduzida por uma subtemática específica, representada por uma palavra ancestral. As escolhas reforçam o vínculo com a memória, a identidade e a espiritualidade dos povos originários, elementos centrais na narrativa deste ano.

“Escolhemos três palavras indígenas para representar essa subdivisão do tema. Na primeira noite, temos Amyipaguana: retomada pela luta, lutar para retomar. Na segunda noite, Kizomba, palavra de origem africana, representa a retomada pela tradição. Nossa tradição de resistência é o caminho do retorno, como aponta a própria Sankofa, símbolo do povo Akan (Gana), representado pelo pássaro Dinkra que olha para trás para resgatar o que foi deixado. E, na terceira noite, temos Kaaeté, que significa ‘floresta’, é retomada pela vida. Não há vida sem floresta. Não há como retomar a qualidade de vida se não for pelo caminho da floresta e, nesse caso, da Amazônia”, explicou.

Com o novo projeto, o Caprichoso pretende mais uma vez emocionar o público e os jurados, levando à arena do Bumbódromo um espetáculo que une tradição, inovação e consciência social. 

Para o presidente Rossy Amoedo, a expectativa é alta para as noites de apresentação, que prometem reforçar o papel do festival como símbolo de identidade cultural da Amazônia.

“A gente se preparou ao longo desses meses com incansáveis dias de muito trabalho e dedicação. Agora, nos aproximamos dos três grandes dias em que o Caprichoso fará suas apresentações. Que Deus abençoe para que tudo ocorra conforme o planejado. Sem dúvida, o Caprichoso se consagra como um dos favoritos desta disputa”, afirmou.


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