Após novembro de instabilidade, cheia do rio Amazonas avança em ritmo lento em Parintins.

 


O nível do rio Amazonas ainda permanece em situação de cota negativa na região de Parintins, mas após a pior estiagem em 49 de monitoramento na região, o rio alcançou nesta segunda-feira (27) a marca de -1,58 metros. A medida está 64 centímetros acima da mínima histórica, registrada no dia 25 de outubro deste ano, quando o rio marcou -2,22 metros. Os dados são da estação de Monitoramento de Parintins, do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

O avanço da cheia na calha do Baixo Amazonas é considerado lento na comparação com anos anteriores. Segundo os especialistas, isso ocorre devido à influência do fenômeno El Niño e o aquecimento anormal das águas do Oceano Atlântico, o que tem provocado a redução de chuvas na Amazônia. Com as chuvas abaixo da média para este período do ano, os rios amazônicos iniciaram o processo de subida das águas mais tarde que o normal e de forma lenta.

De acordo com os dados da estação de monitoramento de Parintins, na comparação com os níveis registrados em 2022 e 2021, a cheia deste ano está expressivamente abaixo da média. Conforme os dados, no dia 27 de novembro de 2022, o rio marcou 1,02 metros, medida que está 2,6 metros acima na comparação com 2023.

Na comparação com dois anos atrás a diferença é ainda maior. No dia 27 de novembro de 2021, o rio Amazonas marcou 2,57 metros. A medida estava 4,15 metros acima da marca registrada nessa mesma data em 2023.

Repiquete demorado

Durante a maior parte do mês de novembro, o rio Amazonas oscilou entre subidas e descidas repentinas. O processo é conhecido na região como “repiquete” e caracteriza-se pelo “efeito sanfona” das águas que ocorre no fim da estiagem. Este ano, o repiquete se manteve até o dia 21 de novembro, quando o rio voltou oscilou entre -2,10 e -1,95 metros. Após o período de variação, o rio manteve o ritmo de subida até este 27 de novembro, quando atingiu -1,58 metros. Já são 6 dias consecutivos sem regressão no nível das águas.

De acordo com a dinâmica histórica do rio Amazonas, baseado nos dados da Estação de Monitoramento de Parintins, a cheia na Calha do Baixo Amazonas sempre se intensificou no início de novembro. Segundo especialistas, as mudanças verificadas este ano podem interferir no processo de cheia que do rio, que deve ser menor.

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